Em períodos de instabilidade econômica e política, às vezes é inevitável não contrair dívidas. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, na “Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumido”, mais de 70% dos brasileiros estão endividados em 2021. E, um dos modos para se reverter esse cenário, é entender as formas de pagamento, como, por exemplo, o reescalonamento de dívidas.
Isso porque o reescalonamento de dívidas é uma forma de renegociar o débito, possibilitando assim uma alternativa para pagar o que é devido. O conhecimento acerca da funcionalidade desta opção é relevante inclusive para profissionais da área, como o gestor financeiro.
O que é reescalonamento de dívidas
Em suma, reescalonamento de dívidas é a renegociação do débito, isso é, a instituição financeira oferece ao cliente a divisão do que é devido em parcelas que se encaixem no perfil da pessoa, podendo aumentar o período necessário para o pagamento daquela dívida ou em alterações nos juros.
Com isso, as chances de realizar o pagamento no período correto aumentam, fazendo com que aquela dívida não se torne algo impagável por parte da pessoa que possui a dívida.
Ainda vale destacar que para este tipo de serviço, no qual a dívida pode ser renegociada, é separado em três opções. São elas:
- Eliminação de juros;
- Redução de juros;
- Maior período para se pagar a dívida.
Portanto, o reescalonamento de dívidas é uma opção de grande relevância no setor financeiro.
Dessa forma, entender o contexto de sua criação é relevante para compreender o assunto.
Criação
Com o aumento do número de endividados no país, o reescalonamento de dívidas foi criado no ano de 2008, como uma ação que visava controlar esse cenário e, especialmente, evitar possíveis “calotes”.
Tal tipo de negociação foi criada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Inicialmente, está prática, em que as instituições financeiras foram obrigadas a adotar uma política de redução de juros, em situações de clientes que utilizassem mais de 15% do limite do cheque especial por 30 dias seguidos.
Tal ação ganha ainda mais peso quando considerado os juros do cheque especial. Segundo o Serasa, em 2020, a taxa de juros anual deste tipo de crédito era superior a 150%.
Além disso, caso o cliente opte por permanecer no cheque especial por um período mais longo, a oferta de renegociação será feita novamente a cada 30 dias.
O banco ainda tem a opção de oferecer tipos de serviços que poderiam auxiliar o cliente neste tipo de contexto, geralmente o crédito pessoal é um dos produtos mais selecionados em situações assim.
Desde então, está ferramenta está evoluindo dentro da estrutura dos bancos, de forma que os clientes já conseguem realizar simulações no próprio aplicativo da empresa, considerando informações como taxa de juros e prazo de quitação.
Todavia, vale ficar atento para não solicitar o empréstimo por descuido. Ainda que seja possível cancelar posteriormente, é melhor evitar tal tipo de transtorno.
Portanto, compreender como solicitar este tipo de serviço é relevante.
Como solicitar o reescalonamento de dívidas
Inicialmente, a pessoa deve compreender como aquela dívida pode “caber em seu bolso”. Para isso, é necessário considerar fatores como prazo de pagamento, taxa de juros, endividamento total.
Ou seja, ter um panorama detalhado da dívida e das formas possíveis de se pagar aquele débito.
Após realizar isso, a pessoa, para solicitar o reescalonamento de dívidas, deve entrar em contato com a instituição financeira responsável pelo serviço.
Dando sequência no processo de solicitação deste novo formato de financiamento, as partes começam a negociar a respeito dos aspectos citados anteriormente.
Por parte do cliente, é necessário ficar atento sobre as primeiras propostas apresentada pela instituição financeira, sendo que essas geralmente não são tão vantajosas.
Portanto, estipular limite de crédito e forma de pagamento são pontos essenciais antes de se contratar este tipo de serviço.
Ainda é possível solicitar o cancelamento dos juros, todavia caberá a instituição financeira definir se fará o cancelamento ou não desse valor.
Posterior a aprovação, o solicitante do serviço deve checar se o contrato condiz com o que foi acordado, incluindo taxas e possíveis irregularidades.
Caso haja problemas no contrato, é possível denunciar a atividade da instituição financeira em órgãos de defesa do consumidor.
Ou seja, tomar uma série de cuidados no momento de contratar este tipo de serviços é fundamental, pois caso haja equívocos, a situação financeira do cliente pode ficar ainda mais complexa de se resolver e o endividamento aumentar.
Vantagens do reescalonamento de dívidas
Renegociar a dívida pode ser um primeiro passo relevante para pessoa que busca estabelecer sua situação financeira.
Afinal, ao quitar dívidas, a pessoa consegue realizar uma série de ações que farão diferença em sua vida.
Por exemplo, o fim das dívidas significa:
- Sair da inadimplência;
- Recuperação de crédito;
- Uma boa nota de endividamento pessoal.
- Possibilidade de se desvincular com a instituição financeira.
Ou seja, ao quitar uma dívida, é possível realizar uma série de ações, antes bloqueadas por conta daquele débito, o que inclui realizar investimentos em negócios que trarão renda futura.
Portanto, a principal vantagem do reescalonamento de dívidas, é possibilitar saídas à pessoa com dívidas, o que inclui desde um novo parcelamento do saldo devedor, até uma redução dos juros.
Todavia, é necessário ficar atento a outros aspectos que envolvem este tipo de negociação.
Vale a pena o reescalonamento de dívidas
Tal qual toda renegociação de dívida, existe uma série de complexidades que faz com que o mesmo tipo de serviço impacte de forma diferente as pessoas.
Assim, antes de se buscar um reescalonamento de dívidas, é importante pesquisar outros tipos de crédito e qual se adequa melhor ao perfil desejado.
Nesse sentido, entender que quanto maior o tempo de contrato, maior será o valor pago, é um ponto relevante, afinal os juros incidem mês a mês.
Além disso, o histórico financeiro do cliente também terá impacto nos juros cobrados, pois isso reflete no valor cobrado por parte da instituição financeira.
Portanto, o entendimento do próprio perfil e da situação da dívida são questões relevantes de se analisar no momento de entender se este serviço vale a pena.
Não à toa, essas questões que envolvem o reescalonamento de dívidas fazem parte da construção de uma boa educação financeira.