Breakeven: saiba mais sobre este indicador financeiro

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Breakeven: saiba mais sobre este indicador financeiro

No mundo corporativo existe uma série de termos e jargões utilizados com frequência, todavia que nem todas as pessoas têm o conhecimento sobre o seu real significado. Justamente neste contexto é possível enquadrar o breakeven, sendo este um dos principais indicadores financeiros.

Afinal, o breakeven pode ser utilizado tanto para analisar as finanças de uma empresa, quanto em uma análise de investimentos. Dessa forma, tal indicador se torna útil inclusive entre profissionais da área, como é o caso do analista financeiro, por exemplo.


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O que é breakeven

O Break Even Point (BEP), ou ponto de equilíbrio, é o indicador financeiro que aponta o momento em que a empresa não obteve nem prejuízos, nem lucros, isto é, este é o momento em que as finanças de um negócio estão iguais a zero.

Dessa forma, o breakeven é um momento que tanto as receitas quanto as despesas se equivalem, fazendo com que os investimentos realizados deixem de ter valor.

Por exemplo, imagine um determinado negócio que tem uma receita mensal de R$50 mil, todavia naquele mês os gastos também foram de R$50.

Ou seja, a empresa atingiu o ponto break even, assim não houve nem lucros, nem prejuízos, neste negócio.

Assim, este indicador pode ser útil para entender qual o faturamento mínimo necessário que a empresa deve ter visando começar a lucrar.

Dessa forma, é natural que este indicador tenha grande relevância na gestão de um negócio, afinal é ele que indicará o momento em que a empresa deixará de ter prejuízos e passará a obter lucros.

Portanto, através de ponto de equilíbrio é possível se ter uma maior noção sobre como estão as finanças do negócio e, a partir de qual momento, tal cenário vai se tornar favorável.

Afinal, empresas que apresentam boa margem de lucro tendem a ser mais competitivas no mercado, além de terem sua capacidade de expansão mais elevada.

Tudo isso faz com que seja importante entender o funcionamento do breakeven.

Funcionamento do breakeven

Em suma, o ponto de equilíbrio serve como um sinalizador sobre os momentos financeiros de um negócio, sendo que este ponto pode ser tanto positivo, quanto negativo.

Por exemplo, imagine que uma empresa recebeu um aporte financeiro elevado para que passasse a atuar em determinado mercado.

Todavia, até se consolidar neste novo cenário foi necessário tempo e toda elaboração de um processo de expansão.

Assim, a partir do momento que o faturamento superou os custos, indica que o breakeven se tornou positivo, isto é, o investimento realizado anteriormente passou a gerar lucro.

Enquanto, em situações envolvendo empresas que estão em falência, a ideia segue o caminho oposto.

Dessa forma, no momento em que as finanças da empresa caem abaixo do ponto de equilíbrio, há um indicativo de que o negócio gasta mais que arrecada.

Portanto, em situações em que o ponto de break even está negativo, é necessário se tomar cuidados, pois aquele é um indicativo que a empresa está apresentando prejuízos.

Fator que reforça a ideia de como o ponto de equilíbrio funciona como um sinalizador financeiro.

Utilidade de ponto de equilíbrio

Como visto até aqui, o break even é importante para se ter o controle sobre as finanças de um negócio.

Dessa forma, a análise do ponto de equilíbrio pode contribuir para diferentes questões, das quais é possível destacar:

  • Análise sobre o equilíbrio entre as vendas de produtos e a quantidade produzida;
  • Entendimento sobre a possibilidade de realizar cortes visando alcançar o BEP;
  • Perceber se o montante de capital aplicado em determinado produto é compatível com os gastos;
  • Mapeamento acerca da quantidade de capital necessária para investir em um negócio, antes do mesmo apresentar lucro;
  • Maior noção acerca de pontos como lucratividade e controle de prejuízos da empresa.

Ou seja, este indicador serve para que os diretores da empresa possuam um maior entendimento sobre as finanças do negócio e os níveis de vendas necessários.

Afinal, o ponto de equilíbrio é uma boa base de análise sobre o faturamento mínimo de uma empresa, para que a mesma não apresente prejuízos.

Além disso, ao utilizar o breakeven, é possível se adaptar melhor a questões adversas, especialmente buscando pontos de melhora e corte, priorizando assim a saúde financeira da empresa.

Por fim, é possível destacar que o ponto de equilíbrio pode ser combinado com outros indicadores financeiros, como é o caso do payback ou ROI.

Assim, os gestores conseguem ter um resultado mais completo acerca da realidade financeira do negócio e de seu potencial.

Como calcular o breakeven

Breakeven: saiba mais sobre este indicador financeiro

Tão importante quanto entender seu funcionamento, é compreender como se realiza o cálculo do breakeven.

Afinal, esta prática é útil para se ter um mapeamento acerca das entradas e saídas que ocorrem no caixa de uma empresa.

Portanto, antes de entender a fórmula, é importante compreender os quatro aspectos considerados para a construção de indicadores. No caso, são eles:

  1. Custo Fixo (CF);
  2. Custo Variável (CV);
  3. Vendas;
  4. Margem de contribuição.

Custo Fixo (CF)

Inicialmente, vale destacar que os Custos Fixos de uma empresa são os gastos permanentes que este negócio possui.

Assim, estes gastos são necessários para que a empresa mantenha suas atividades.

Nesse sentido, é possível destacar custos, como, por exemplo:

  • Aluguel de lojas comerciais, fábricas e as instalações relacionadas ao negócio;
  • Contas fixas como gás, eletricidade e água;
  • Despesas relacionadas à equipe de funcionários, com salários e benefícios;
  • Contratos com terceirizadas que realizam serviços básicos, como limpeza e segurança, por exemplo;
  • Licenças e autorização de marcas;
  • Seguros.

Custo Variável (CV)

Enquanto, os Custos Variáveis de uma empresa são referentes aos gastos variáveis que um negócio possui.

Assim, à medida que a capacidade de um negócio aumenta, estes custos tendem a sofrer maiores oscilações.

Vale destacar que entre os Custos Variáveis, é possível destacar alguns exemplos, como:

  • Matérias-primas e suprimentos;
  • Despesas relacionadas a viagens relacionadas ao trabalho;
  • Pagamento de hora extra do salário dos funcionários;
  • Contrato de trabalho com duração de curto prazo;
  • Frete e combustível;
  • Aluguel de ativos como: equipamentos, máquinas, ferramentas, entre outros.

Vendas

As vendas são referentes aos ganhos que uma empresa possui através de seus serviços e produtos.

Ou seja, todo valor que entrou no caixa da empresa é proveniente das vendas referentes ao trabalho que a empresa realiza.

Margem de contribuição

Por fim, mas não menos relevante, há a margem de contribuição.

Em suma, esta é a parte da contabilidade financeira de um negócio referente aos custos que envolvem a produção de apenas uma unidade ou a prestação de um serviço específico.

Para se chegar à margem de contribuição da empresa, é necessário fazer a subtração entre os custos variáveis e o total de vendas que a empresa teve.

Assim, o dado acerca da margem de contribuição é referente à receita total da empresa.

Fórmula breakeven

Como visto até aqui, existem diferentes aspectos a serem considerados para se analisar o fluxo de caixa de uma empresa.

Isto é, é natural que exista mais de uma fórmula breakeven, isto é, existem diversas possibilidades para se chegar ao ponto de equilíbrio de uma empresa.

Todavia, entre as opções possíveis, vale destacar a seguinte equação:

  • Breakeven = CF/ (1 – (CV/Vendas))

Dessa forma, esta é uma equação que considera os custos totais da empresa, dividindo os gastos fixos pelo resultado da divisão entre Contas Variáveis e as vendas.

Portanto, o resultado desta equação indica o montante de vendas necessário para que o negócio passasse a apresentar lucro.

Assim, qualquer resultado positivo referente a esta equação indica que a empresa obteve lucro, enquanto, em caso de resultados negativos, o apontamento é que a empresa teve prejuízo.


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Utilizando o breakeven em investimentos

Breakeven: saiba mais sobre este indicador financeiro

Além de ser útil para empresa, o breakeven também pode ser útil em análises relacionadas ao mercado financeiro.

Inicialmente, vale destacar que a lógica deste indicador segue a mesma neste contexto, isto é, esta métrica representa o ponto de equilíbrio, quando tal ativo não perdeu nem gerou renda.

Dessa forma, este indicador ganha um peso “extra” quando posto no contexto dos investimentos.

Pois, o break even de um investimento representa um ponto em que o investidor não obteve lucros ou prejuízos, tendo sua posição acerca do ativo financeiro mantida.

Além disso, este indicador é útil para quem investe no longo prazo.

Isso porque este perfil de investidor busca obter ganhos que aparecerão ao longo do tempo, assim traçar o momento em que o ponto de equilíbrio passa a ser positivo deve ser uma ferramenta útil para este investidor.

Simultaneamente, o breakeven também é uma ferramenta válida para se desfazer de determinado ativo financeiro, especialmente quando este indicador é negativo e não apresenta perspectivas de melhora.

Assim, o investidor consegue ter uma percepção maior sobre o contexto e, consequentemente, reduzir os prejuízos causados pela queda no valor de determinado ativo financeiro.

Ou seja, a análise do BEP em investimentos é útil tanto para projetar o potencial de valorização de um ativo, quanto para amenizar os riscos do mesmo, pois é possível estancar um prejuízo quando a desvalorização está no começo.

Contudo, é necessário reforçar que o breakeven é útil especialmente para investidores que buscam ganhos no longo prazo, pois, ao utilizar a análise fundamentalista, encontrar o ponto de equilíbrio se torna uma tarefa mais eficiente.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).