CDI: o que é o Certificado de Depósito Interbancário?

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No mundo dos investimentos, principalmente na renda fixa, uma sigla é extremamente comum: CDI. Todavia, muitas vezes esse certificado é confundido com a Taxa Selic e é importante compreender a diferença entre os dois.

Vários investimentos de renda fixa possuem sua rentabilidade atrelada ao CDI. Mas, para conseguir investir bem nesse tipo de investimento, é necessário entender primeiramente o que é o CDI.

O que é o CDI?

A sigla CDI é a abreviação de Certificado de Depósito Interbancários. Basicamente, esses depósitos interbancários são títulos de emissão das financeiras, emitidos para financiar as operações no mercado interbancário.

Esses títulos são empréstimos para financiar atividades diárias, ou seja, são de curtíssimo prazo. Logo, é um mecanismo utilizado pelos bancos para equilibrar o sistema financeiro como um todo.

Como o CDI tem como propósito financiar as atividades de bancos, podemos dizer que eles funcionam de forma similar ao CDB (Certificado de Depósito Bancário).

No entanto, o Certificado de Depósito Interbancário é um indicador que demonstra apenas as negociações de bancos para bancos, enquanto o CDB é um certificado de depósito do investidor para fomentar a atividade do banco.

Mas, tanto o CDI e o CDB, permitem que o banco tenha dinheiro suficiente para cumprir todos seus compromissos financeiros.

CDI e a Selic

A taxa Selic e o CDI possuem uma relação muito forte. A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, sendo o principal instrumento de política monetária do Brasil.

No entanto, a Selic que costumamos ouvir no dia-a-dia, nos noticiários e jornais, é a taxa Selic meta, definida periodicamente nas reuniões do COPOM (Comitê de Política Monetária).

Por outro lado, existe a taxa Selic overnight, que funciona de forma similar ao Certificado de Depósito Interbancário.

Só que, neste caso, a garantia oferecida para as instituições financeiras é composta por títulos públicos federais. Em outra palavras, as operações são lastreadas em títulos públicos. Ao fim do dia, uma taxa é gerada: a taxa Selic over.

Mas, a taxa Selic, definida pelo COPOM, também pode influenciar o Certificado de Depósito Interbancário, principalmente os rendimentos dos títulos atrelados a esse índice.

Quando o Banco Central reduz a Selic, o rendimento de títulos atrelados à Selic e ao CDI também são reduzidos. Para entender melhor, é interessante conhecer os investimentos atrelados ao CDI.

Como investir em ativos atrelados a essa taxa?

A CDI é uma importante taxa do mercado financeiro e tende a acompanhar os movimentos da Selic. Por isso, muitas pessoas gostam da ideia de investir no CDI.

Mas, como dito antes, o CDI se restringe ao mercado interbancário, sendo impossível uma pessoa física investir diretamente no Certificado de Depósito Interbancário.

Por isso, vários tipos de investimentos de renda fixa têm as suas rentabilidades atreladas ou referenciadas pelo CDI. Alguns desses investimentos de renda fixa, são:

  • CDB;
  • LCI;
  • LCA;

Portanto, ao procurar alguns desses investimentos, tanto em bancos comerciais ou mesmo corretora de valores, é comum que você encontre que a rentabilidade do título é x% do Certificado de Depósito Interbancário.

Isso quer dizer que o banco paga uma percentagem do valor da taxa.

Quanto maior o x% do Certificado de Depósito Interbancário, normalmente, menos consolidada a instituição financeira emissora do título é.

Todavia, a maioria desses investimentos possuem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que cobre prejuízos de até R$250 mil por CPF.

Portanto, investir no CDI pode ser muito interessante para os investidores de renda fixa, principalmente contando com o apoio do FGC.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).