Compreender os indicadores contábeis de uma empresa é um passo relevante para pessoas que desejam investir no longo prazo, afinal tais dados são informações que demonstram a situação financeira de um negócio e seu potencial. E, entre esses dados, vale-se destacar os ativos e passivos.
O que não é à toa, pois as informações relacionadas aos ativos e passivos de uma empresa indicam se o negócio tem capacidade de cumprir com suas obrigações. Assim, é natural que estas informações façam parte de análises como a análise fundamentalista.
O que são ativos e passivos
O ativo é considerado o patrimônio de uma empresa, sendo que isto na contabilidade está informação é referente a entrada de capital que o negócio possui. Enquanto, o passivo representa valores ligados a dívida e obrigações do empreendimento.
Assim, temos que o cálculo da diferença entre o passivo e o ativo do negócio é igual ao seu patrimônio líquido.
Portanto, é natural que está informação seja relevante para investidores.
Todavia, para se compreender melhor como funciona este indicador, é necessário compreender o funcionamento de cada uma das partes separadamente.
Ativos
Como apontado inicialmente, os ativos de uma empresa são referentes a todos os valores que entram em um negócio e somam.
Tais valores podem se apresentar de duas formas, como: ativos circulantes e ativos não circulantes.
Ativos circulantes
Ativos circulantes são referentes a todos os valores que entram e podem ser revertidos em capital em um curto espaço de tempo.
Assim, é possível listar as seguintes formas:
- Depósitos bancários;
- Dívidas pagas por clientes;
- Aplicações financeiras;
- Comercialização de mercadoria e estoque.
Ativos não circulantes
Enquanto, em ativos não circulantes os valores de entrada só são convertidos em capital no longo prazo, isso é, o período para se obter dinheiro daquela entrada é maior, superando o exercício anual contábil de um negócio.
Nesse sentido, estão inclusos três tipos ativos. São eles:
- Fixos;
- Imobilizados;
- Intangíveis.
Nesse sentido, pode-se incluir operações como:
- Marcas, clientes, tecnologia, patentes (ativos intangíveis);
- Bens patrimoniais como automóveis, maquinário, imóveis (ativos fixos);
- Impostos para se recuperar, investimentos, empréstimos ou qualquer ativo em que seu retorno seja de longo prazo (ativos realizáveis no longo prazo).
Passivos
Os passivos de uma empresa são referentes as saídas de capital que houveram no caixa de um negócio, sendo que está saída pode acontecer de duas formas, exigíveis e não exigíveis.
Nos passivos não exigíveis se encontram o patrimônio líquido de uma empresa e o capital que os sócios de um negócio possuem.
Enquanto, os passivos exigíveis podem ser separados em circulantes e não circulantes.
Passivos circulantes
Nos passivos circulantes estão os gastos que ocorrem no ano de exercício, isso é, valores pagos no curto prazo.
Assim, estão inclusos gastos como:
- Encargos sociais;
- Parcelas a pagar de empréstimos com instituições financeiras;
- Despesas relacionadas com fornecedores;
- Salário do corpo de funcionários;
- Impostos.
Passivos não circulantes
Assim como os ativos não circulantes, os passivos financeiros não circulantes também são gastos que excedem o período do prazo exercício social anual.
Dessa forma, é possível listar saídas de caixa como:
- Empréstimos bancários que excedam o período do exercício;
- Despesas relacionadas a subsidiárias, coligadas, entre outras;
- Despesas como ações trabalhistas, processos judiciários, entre outros.
Como calcular este indicador
Como visto até aqui, o indicador de análise dos passivos e ativos de uma empresa é um ponto importante para se chegar ao balanço patrimonial de uma empresa.
Assim, compreender a matemática financeira por trás desta equação se torna relevante para quem deseja utilizar está informação na construção de sua análise.
Dessa forma, temos a seguinte equação:
- Passivo/ativos = (Dívida de curto prazo + dívida de longo prazo)/ total de ativos
Portanto, é necessário se ter o valor total da dívida para conseguir se chegar ao resultado do indicativo.
Para ficar mais claro, imagine a seguinte situação:
Uma empresa possui uma dívida de curto prazo de R$25 mil, enquanto a dívida de longo prazo é de R$50 mil. Já os ativos totais deste negócio são de R$150 mil.
Assim temos que:
- Passivo/ativos = 75/150 = 0,5
Ou seja, as dívidas desta empresa representam 50% do capital total do negócio.
Enquanto, o capital que sobra para acionistas e caixa também é de 50%.
Caso o resultado da equação fosse superior a 1, isso é, acima de 100%, a empresa não possuiria capital para realizar suas atividades.
O que aumentaria o grau de risco de se investir neste negócio, ou seja, o investidor deveria ponderar se investir naquela empresa seria um bom negócio para suas pretensões.
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Limitações dos ativos e passivos
Ao entender o exemplo anterior, é natural imaginar que este é o método ideal para se decidir se um investimento é bom ou não.
Todavia, existem algumas limitações ao se analisar apenas os dados referentes aos ativos e passivos financeiros que um negócio possui.
Inicialmente vale destacar que este indicador não é um bom parâmetro para se avaliar a qualidade de uma ação.
Ou seja, ao se analisar bens tangíveis e intangíveis, este indicador passa a ser limitado no momento de indicar se existe tendência de valorização ou desvalorização do ativo ao longo do tempo.
Portanto, é necessário sem analisar outros dados que aumentem a amostragem sobre aquele negócio, isso é, que permitam entender as tendências da empresa.
Por exemplo, é possível que esteja apresentando um ativo e passivo acima de 1, ou seja, esteja com o valor referente ao passivo superando o ativo.
Naturalmente o investidor deverá ter cuidado ao analisar este negócio. Ainda assim, este pode ser um investimento interessante.
Especialmente porque este negócio pode estar pagando suas divididas e aumentando suas receitas, apresentando assim uma tendência de alta.
Além disso, as perspectivas acerca do segmento de mercado no qual a empresa está inserida também são importantes na análise, pois este dado pode apresentar uma capacidade de crescimento do negócio, mesmo com problemas nas contas naquele momento.
Portanto, caberá ao investidor saber a melhor forma de utilizar as informações sobre os ativos e passivos a seu favor, pois, ainda que este seja um indicador relevante para análise de investimentos, ele se torna mais eficiente quando se utilizado outros indicadores, como a Taxa Mínima de Atratividade, ou TMA, por exemplo.