Com a evolução dos cibercrimes e os ataques cada vez mais frequentes a ambientes online, a segurança da informação ganha cada vez mais destaque e importância. Nesse contexto, um dos cargos de destaque é o CISO.
Entretanto, no Brasil, o CISO é uma realidade para algumas poucas empresas. Isso porque, além de especialização, o cargo também representa um alto custo para as organizações que, na maioria das vezes, distribuem as funções do Chief Information Security Officer entre os integrantes da equipe de TI.
O que é CISO?
CISO, sigla para o termo em inglês Chief Information Security Officer, é um cargo de nível executivo sênior em uma organização. Ele é responsável por garantir que as tecnologias de informação e os ativos estejam protegidos – o que inclui, certamente, os dados pessoais de usuários.
De modo abrangente, toda a governança de Tecnologia da Informação de uma organização é de responsabilidade do Chief Information Security Officer.
Quais são as atribuições do CISO?
Podendo trabalhar de forma independente ou, ainda, ao lado do Diretor de Tecnologia, o CISO geralmente tem algumas atribuições básicas. Essas atribuições podem variar de acordo com o porte, o segmento e as necessidades da organização.
Vamos ver, em seguida, quais são algumas de suas responsabilidades:
- gerenciar acessos;
- recuperar desastres;
- administrar a continuidade dos negócios;
- garantir a privacidade das informações;
- estar em conformidade regulatória com todos os órgãos;
- manter uma boa arquitetura de segurança;
- elaborar programas de cibersegurança.
Mas não é só isso. Com a nova Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD, as atribuições do CISO exigem ainda mais cautela e atenção.
Veremos, mais à frente, como a LGPD impacta o trabalho do Chief Information Security Officer. Antes, porém, vamos entender o que é preciso para elaborar um programa satisfatório de cibersegurança. Afinal, essa é uma das importantes atribuições do CISO.
Como elaborar um bom programa de cybersecurity?
Para criar um bom programa de cybersecurity – ou programa de cibersegurança –, é necessário fortalecer a infraestrutura de uma organização.
Abaixo, listamos 6 etapas que o CISO pode seguir para começar a estruturar esse processo a fim de garantir proteção e melhoria contínua da segurança em sua organização. Acompanhe:
- o primeiro passo consiste em fazer um inventário dos ativos da organização. Aqui, o profissional responsável pode incluir processos, ambientes, pessoas, tecnologias e dados;
- em seguida, é hora de avaliar quão críticos são esses ativos – identificando, em seguida, as pessoas responsáveis por cada um dos processos do negócio;
- uma análise de riscos é o próximo passo. O CISO poderá definir as prioridades de ajustes e novas implementações de segurança para mitigar os riscos identificados;
- nessa etapa, o profissional deve definir quais serão as ações, processos e serviços a serem implementados e apresentar aos executivos da empresa;
- na quinta etapa, o CISO cria um plano de ação com base nas ideias aprovadas na etapa anterior e formaliza o programa;
- por fim, basta implementar o plano de ação.
Certificação para atuar como CISO
Com todos esses detalhes e particularidades do cargo, talvez você esteja se perguntando se existe uma certificação para atuar como CISO. A resposta é positiva.
Certified Chief Information Security Officer (ou, simplesmente, Certified CISO) é o nome do treinamento destinado a formar executivos de alto nível para trabalhar com segurança da informação.
Para ser um candidato ao exame CCISO, como também é conhecido, é preciso cumprir alguns requisitos básicos.
O profissional que não atender tais exigências, mas, mesmo assim, estiver interessado em um treinamento na área de segurança da informação, pode optar por outras certificações.
ISO 27001 e CISO: qual a relação?
A ISO 27001 é a norma internacional de segurança que trata da gestão da segurança da informação. Ela se aplica a organizações de qualquer porte e de qualquer segmento. Por esse motivo, não requer a nomeação de um CISO para coordenar a segurança da informação da organização.
Em outras palavras, isso significa que as empresas podem decidir o que parece mais adequado de acordo com o seu perfil. O responsável, que poderá ser um CISO ou não, deverá coordenar as atividades que se relacionam com a segurança das informações.
Então, ele atuará cuidando de pontos como:
- Conformidade;
- Documentações;
- Gestão dos riscos;
- Gestão de RH;
- Relacionamento com a direção;
- Gestão dos ativos;
- Melhorias e ações corretivas;
- Gestão dos incidentes.
O trabalho do CISO e a LGPD
Como vimos, o Chief Information Security Officer é responsável, dentre outras coisas, pelas estratégias de segurança de dados de uma organização. Diante disso, claro, a LGPD afeta diretamente seu trabalho.
Sancionada em agosto de 2018 e em vigor desde setembro de 2020, a LGPD é a Lei Geral de Proteção de Dados. A nova lei dispõe sobre o correto tratamento dos dados de caráter pessoal, tanto nos meios físicos como nos meios digitais.
Alguns dos fundamentos da LGPD informam que:
- em primeiro lugar, o usuário precisa ter sua privacidade e intimidade respeitadas;
- além disso, o usuário precisa ter o direito de controlar e proteger seus dados pessoais;
- deve haver liberdade de expressão, de comunicação, de opinião e de informação;
- igualmente, deve haver desenvolvimento nos eixos da economia e tecnologia, sempre tendo como pano de fundo um cenário pautado na segurança jurídica;
- as regras devem ser claras no que diz respeito à livre iniciativa, livre concorrência e defesa dos consumidores;
- por fim, os direitos humanos, o exercício da cidadania, a dignidade e o desenvolvimento da personalidade devem ser garantidos.
Assim, é papel do Diretor de Segurança da Informação garantir a adaptação às novas regras de privacidade.
Nesse ínterim, tanto organizações privadas quanto públicas precisarão elaborar estratégias a fim de atender integralmente aos requisitos da LGPD.
Dentre as maiores mudanças, certamente podemos destacar o maior controle que os usuários precisarão ter sobre os seus dados. Então, uma das ações do CISO deverá ter a finalidade de facilitar esse processo – sempre deixando muito claro, também, para qual fim os seus dados serão utilizados.