O que são Derivativos Agrícolas? Entenda o mercado de derivativos

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Os derivativos agrícolas são uma classe de investimentos que permitem aos agentes, tanto investidores, quanto produtores e indústrias, se defender das variações nas cotações das commodities.

Nesse contexto, os derivativos agrícolas são uma excelente forma de realizar hedge além de serem uma forma de diversificar o patrimônio e, com isso, reduzir riscos.

O que são derivativos agrícolas?

Os derivativos agrícolas são instrumentos financeiros, que como o próprio nome diz, derivam de outros ativos. 

Com eles, é possível realizar a transferências de riscos sem que seja necessário transferir recursos monetários, por isso são comumente utilizados como forma de hedge.

Dessa maneira, por conta das características dos derivativos, o investidor consegue montar diversas operações, sendo alguns exemplos:

  • Travas de preço mínimo para um ativo com o valo máximo sem um teto, o que funciona perfeitamente para produtores agrícolas que querem defender sua produção das variações de preços;
  • Preço teto travado com preço mínimo livre, é a forma das indústrias conseguirem lucrar nesse mercado, com a queda das cotações;
  • Travar tanto o preço mínimo quanto o máximo do produto, fazendo com que o produtor se defenda de uma queda, mas ganhe menos em uma alta.

O que são commodities agrícolas?

Para entender o funcionamento dos derivativos agrícolas, é primordial entender o que são as commodities, ativos que os derivativos têm origem.

Desse modo, as commodities são aqueles produtos primários, sem qualquer acabamento que são comercializados por países subdesenvolvidos, em sua maioria, uma vez que apresentam nenhum ou pequeno grau de industrialização.

Por esse motivo, elas têm seus preços relacionados diretamente as leis da oferta e demanda, definidas pelo mercado internacional, o que faz com que os produtores e a indústria não tenham controle sobre os desdobramentos dos preços.

Assim, a utilização de derivativos agrícolas é essencial para poder defender os produtores e as indústrias, da modificação dos preços das commodities.

Importante lembrar, que no mercado é possível encontrar dois tipos de commodities, as Soft commodities, caracterizadas pelo seu peso leve e as Hard commodities, que são o ouro, prata e petróleo, por exemplo.

Como investir em commodities agrícolas?

O investimento em commodities agrícolas pode ser realizado via compra de ações em bolsa de valores que as tem como produto, via Exchange Traded Fund (ETF) ou, de forma direta ou via mercado de derivativos.

Mas, é sempre bom frisar que no caso do mercado de derivativos a aplicação né se configura como um investimento, mas sim como especulação.


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Por outro lado, as ações e os ETFs são uma excelente alternativa para investidores que tem como foco o longo prazo, uma vez que, dentre as vantagens do investimento em commodities estão:

  • Diversificação, visto que é possível realizar uma diluição dos riscos e, além disso, aumentar as possibilidades de retorno, já que as commodities apresentam ciclos de aumento de preços muito interessantes;
  • Liquidez, já que empresas que estão inseridas no mercado de commodities, de modo geral são classificadas como excelentes empresas e, por essa razão, é comum que tenham elevados volumes de negociação;
  • Ciclos, os quais podem ser antecipados nos casos em que o investidor possui maior tempo de mercado, com vistas a se beneficiar das movimentações “padrão” de cada uma das commodities.

Assim, caso esse tipo de exposição seja aderente ao seu perfil de investidor, alocar parte do patrimônio em commodities tende a auxiliar na redução dos riscos e, de forma geral, um aumento na possibilidade de obter melhores retornos com os ciclos de mercado.

Como é o mercado de derivativos agrícolas?

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O mercado de derivativos agrícolas pode ser dividido, de forma mais simples, em três:

  1. Mercado a termo;
  2. Mercado futuro;
  3. Opções.

O mercado a termo se caracteriza pelo acordo entre as partes, compradores e vendedores, de negociar a mercadoria em uma data futuro e a um preço previamente estabelecido.

Assim, o contrato deve apresentar as informações de preço, data de liquidação e qual será a quantidade negociada, uma vez que nesse mercado existe a entrega física do produto.

Já no mercado futuro, apesar de existir o acordo entre as partes, compradores e vendedores, que estabelecem um preço para a liquidação do contrato, essa liquidação não é física como ocorre no mercado a termo, ela é apenas financeira.

Importante lembrar, que enquanto no mercado a termo não ocorre o ajuste diário da posição, no mercado futuro a posição de vendedor e comprador é ajustada diariamente aos preços de mercado.

Por fim, o mercado de opções, um dos que causam mais fascínio e ao mesmo tempo medo nos investidores, é formado por dois tipos de ativos, as opções de venda (PUT) e as opções de compra (CALL).

Nesse mercado, existe um contrato de direitos e obrigações entre as partes, onde os compradores têm o direito e os vendedores a obrigação de honrar com os compromissos firmados no momento da negociação.

Para o investido ou produtor que deseja se defender das quedas das cotações das commodities, a melhor alternativa é utilizar a compra de opções de venda, as quais dão o direito de vender o ativo ao preço pré-estabelecido.

Por outro lado, para aqueles que necessitam comprar as commodities agrícolas, o mercado financeiro, mais especificamente as opções, permitem, via opções de compra, adquirir o direito de compra os ativos em uma data futura abaixo de seu valor de mercado.

Vale a pena utilizar derivativos?

O mercado de derivativos foi criado, em um primeiro momento, como uma alternativa para a mitigação de riscos que muitas vezes não aparecem nos modelos de precificação de ativos.

Dessa forma, existem inúmeros casos de investidores e, no caso dos derivativos agrícolas, produtores, que conseguiram se defender de fortes variações nos preços das commodities sem que fosse necessário dispender quantias volumosas de recursos.

Entretanto, da mesma forma que eles possibilitam uma redução nos riscos, é possível que, quando utilizados sem cautela, esses instrumentos financeiros causem estragos irreparáveis.

Portanto, se você deseja se expor aos derivativos agrícolas é necessário ter em mente, que apesar de sua utilização servir como hedge existem formas de operar que acarretam riscos desnecessários a ativos tão voláteis como as commodities.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).