DFC: conheça mais sobre este importante dado financeiro

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DFC: conheça mais sobre este importante dado financeiro

Empresas que negociam suas ações no mercado tendem a disponibilizar relatórios financeiros sobre sua atuação. Sendo que tais informações são de relevância para quem investe no mercado, afinal através destes dados é possível mensurar o potencial de um negócio. E, entre esses relatórios, destaque para DFC.

Isso porque a DFC é um indicativo importante sobre o momento econômico financeiro de um negócio e suas projeções, assim, este dado ganha destaque entre investidores, economistas e profissionais que atuam no mercado de capitais.

O que é DFC

DFC, ou Demonstrativo de Fluxo de Caixa, é uma ferramenta utilizada pela empresa para monitorar as entradas e saídas do caixa de dinheiro que ocorreram durante determinado período, sendo que o objetivo deste relatório é apresentar modos de aprimoramento do controle do fluxo de caixa de um negócio.

Assim, o Demonstrativo de Fluxo de Caixa serve como um mapa das movimentações que ocorrem em uma companhia durante um período.

Através desta informação, é possível avaliar medidas que visem aumentar a eficiência na gestão do caixa da empresa, cortando gastos e potencializando receitas.

Vale ressaltar que desde 2007, todas as empresas de capital aberto com um patrimônio líquido superior a R$2 milhões são obrigadas a divulgar seu DFC.

Ou seja, este é um dado de valia para o mercado, dessa forma, é importante conhecer o porquê de sua utilização.

Utilidade

Com visto, a função da Demonstração de Fluxo de Caixa é detalhar as movimentações de dinheiro que aconteceram dentro de uma empresa, através da análise das entradas e saídas de capital que ocorreram durante este período.

Além disso, vale ressaltar que neste relatório, são analisados todos os tipos de movimento de capital.

Ou seja, são consideradas transações que ocorreram nas contas bancárias, caixa e aplicação de um negócio.

Tais contas são separadas de três formas, chamadas atividades. São elas:

  1. Operacionais;
  2. Investimentos;
  3. Financiamento,

Através desses três pilares, a DFC destrincha todas as movimentações de uma empresa em subcategorias.

Dessa forma, a forma em como fazer um DFC faz deste um relatório financeiro completo e, consequentemente, com maior utilidade.

Todavia, para que o Demonstrativo de Fluxo de Caixa tenho utilidade ao longo do tempo, é necessário que este seja feito com certa frequência.

Frequência

Empresas de capital aberto que negociam suas ações na B3 tem que apresentar sua DFC trimestralmente.

Todavia, ele é apresentado de diferentes formas ao longo de um ano.

Durante o primeiro trimestre de um ano, este relatório contabiliza as movimentações que ocorreram ao longo dos três primeiros meses.

Enquanto, no segundo trimestre é contabilizado as movimentações referentes ao período, mais o acumulado dos seis meses.

O mesmo processo ocorre no terceiro trimestre do ano, quando são apresentadas as movimentações daquele período e as movimentações dos nove meses.

Por fim, no último trimestre do ano são divulgadas as informações financeiras dos últimos três meses, além da DFC anual, isso é, um relatório que indica todas as movimentações que ocorreram no período de 12 meses.

Contudo, nem todas empresas seguem o ano do calendário.

Ou seja, o calendário fiscal de algumas empresas não corresponde com o calendário gregoriano.

Dessa forma, o investidor deve ficar atento ao analisar os relatórios, afinal algumas empresas apresentam este tipo de peculiaridade.

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Métodos para se fazer um DFC

DFC: conheça mais sobre este importante dado financeiro

Além de entender a utilidade e periodicidade da Demonstração de Fluxo de Caixa, é relevante entender os métodos para se fazer um.

Inicialmente, vale destacar que existem duas formas de analisa o fluxo de caixa, todavia o resultado de ambas tende a ser o mesmo.

Ainda assim, é relevante compreender o funcionamento destes meios.

Método direto

Como visto, ao se realizar a administração financeira de uma empresa, a DFC considera as entradas e saídas de caixa que ocorreram em um negócio durante certo período.

E a forma mais detalhada para se construir este relatório é através do método direto, prática que considera de forma específica as movimentações brutas dos recursos financeiros.

Além disto, este método pode ser aplicado de forma diária, semanal ou mensal.

Uma das vantagens de sua utilização é poder evidenciar todas as entradas e saídas, possibilitando assim uma análise rápida sobre as finanças da empresa.

Contudo, este método não contempla pagamentos a prazo.

Assim, a análise fica restrita apenas aos recebimentos e pagamentos que ocorreram naquele período.

Para ficar mais claro, acompanhe o exemplo das contas registradas pelo método direto quando aplicado em receitais operacionais de uma empresa:

  • Valor proveniente de clientes;
  • Pagamento de salários aos funcionários;
  • Gastos com fornecedor;
  • Gastos com tributos e pagamento de juros.

Portanto, é possível perceber que, através do método direto, são considerados gastos e saídas de uma empresa de um modo claro.

Além disso, vale ressaltar que a soma de todos estes itens indica qual foi o valor de caixa que foi gerado pela frente operacional da empresa durante o período de análise.

Contudo, este não é o método mais utilizado pelas empresas da bolsa, sendo que o método indireto possui destaque neste quesito.

Método indireto

Como o próprio nome indica, no método indireto não se considera e evidência os movimentos de pagamentos e recebimentos que aconteceram.

Assim, na utilização deste método para a construção da DFC são considerados ajustes no lucro líquido da empresa e como estas mudanças afetam no resultado, sem existir uma modificação no caixa.

Ou seja, no método indireto as informações são buscadas de forma indireta no caixa da empresa, sendo que está atividade é realizada através da análise do balanço e do DRE.

Para isso são considerados alguns dados neste método, como, por exemplo:

  • Valores referentes ao estoque;
  • Pagamentos a prazo;
  • Gastos a prazo.

Ainda que seja o método mais utilizado pelas empresas, este acaba deixando passar informações relevantes, como depreciação e amortização.

Portanto, o investidor deve ficar atento se a empresa ajustou a DFC ou este dados não foram considerados.

Além disso, o método indireto é um das informações utilizadas para se chegar ao valuation de uma companhia, ganhando relevância dentro do mercado.

Dessa forma é possível perceber que mesmo havendo alguns pontos para se ter cuidado, este método tem sua importância para o setor.

Não à toa, é um dos pontos de destaque na temática que envolve a DFC, afinal tem influência direta na modelagem financeiro de um empreendimento.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).