Fundos de investimentos: como funciona a gestão desses ativos?

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Os fundos de investimentos são boas opções de aplicações seguras e diversificadas, sobretudo para quem está começando a investir. O principal canal para aplicação em fundos são as corretoras de valores.

Existem vários tipos de fundos de investimentos, que variam em relação ao ativo financeiro predominante da carteira e nos objetivos de risco/rentabilidade.

  1. O que são fundos de investimentos?
  2. Quais são os principais profissionais dos fundos de investimentos?
  3. Como os fundos de investimento lucram?
  4. Como ser um gestor de fundos de investimentos?
  5. O que é tributação de fundos de investimento?
  6. Quais são as taxas dos fundos de investimentos?

O que são fundos de investimentos?

Os fundos de investimentos são “carteiras de investimentos” formadas por gestores que administram os recursos de diversos investidores. Os investidores que fazem parte dos fundos possuem cotas, que é a menor parte de um fundo de investimento.

Existem diversos tipos de fundos de investimentos. As principais classes dos fundos são:

  • Fundos imobiliários;
  • Ações;
  • Fundos de índice;
  • Renda Fixa;
  • Multimercado.

O valor da cota do fundo é exatamente a divisão do patrimônio líquido pelo número de cotas disponíveis. Portanto, a valorização da cota do fundo mostra que o valor de mercado dos ativos do fundo de investimento, no geral, também valorizou.

Isto porque o patrimônio líquido dos fundos é medido através da soma do valor de mercado de cada ativo que compõem o fundo.

Logo, o trabalho da equipe de profissionais dos fundos de investimentos é muito importante para analisar ativos que devem ser retirados ou adicionados. De forma que a rentabilidade entregue ao investidor seja a maior possível.

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O que é o fundo de investimento em cotas

O Fundo de Investimento em Cotas, ou FIC, é uma modalidade de fundo com foco em investimentos em outros fundos de investimentos, para isso é realizada a aquisição de cotas.

Dessa forma, um FIC busca sua rentabilidade com o valor das cotas que outros fundos de investimentos possibilitam aos investidores.

Ainda vale destacar que a Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, determina que para se um fundo de investimento se encaixar neste perfil, o mesmo deve ter, no mínimo, 95% do patrimônio direcionado à aquisição de cotas de fundos de investimentos de mesma classe.

Ou seja, se o FIC tem seu foco em Fundos de Investimentos Imobiliários, pelo menos 95% deve estar alocado em FIIs, segundo a regra da CVM.

Enquanto, com os 5% restante, os administradores do Fundo de Investimento em Cotas podem realizar outros tipos de investimentos, como, por exemplo:

Portanto, é possível realizar uma diversificação entre os produtos do fundo, podendo aumentar a rentabilidade e a segurança do fundo.

Quais são os principais profissionais dos fundos de investimentos?

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Neste tópico, vamos conhecer a inteligência por trás das tomadas de decisão dos fundos. Os principais profissionais dos fundos de investimentos, são:

Gestor

O gestor do fundo de investimento é o principal responsável por tomar decisões de investimentos. Ou seja, este profissional irá decidir quais ativos comprar, quando comprar e quando vender.

Como dito acima, os fundos são como um agrupamento de recursos de diversos investidores que confiam seu capital a um fundo gerido por uma equipe de profissionais competentes. O gestor, sem dúvidas, é a “peça” que demanda mais confiança por parte do investidor.

Claro que o trabalho do gestor está restrito às regulações do fundo e aos tipos de ativos que podem compor o fundo. Mas é com a inteligência deste profissional que alguns fundos se destacam em detrimento dos demais.

O gestor deve ser uma pessoa física ou instituição especializada, devidamente cadastrada na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Administrador

O administrador do fundo é o responsável legal pelo fundo de investimento. Logo, este profissional deve ser uma pessoa jurídica autorizada pela CVM.

Esse profissional do mercado financeiro é responsável por diversas tarefas, como:

  • Prestar informações do fundo ao CVM;
  • Registrar e analisar aplicações e resgates;
  • Atender cotistas e divulgar informações sobre o fundo;
  • Contratar serviços de terceiros, se necessário;
  • Calcular valor de cotas e patrimônio do fundo de investimento.

Auditor

O auditor fiscal é responsável pela auditoria periódica das demonstrações financeiras do fundo. Esse profissional normalmente é independente em relação aos fundos e possui um importante papel de garantir a transparência perante o investidor.

O trabalho desse profissional é indispensável para que sejam entregues as corretas informações financeiras e que o investidor possa escolher o fundo mais interessante para seu bolso.

Custodiante

O custodiante do fundo é responsável por “guardar” os ativos financeiros adquiridos. É possível que o trabalho do custodiante e do administrador seja realizado pelo próprio gestor do fundo. No entanto, é comum ter a distinção entre esses 3 setores.

Distribuidor

O distribuidor dos fundos não é um profissional ou instituição diretamente associado ao fundo de investimento.

Na verdade, a distribuidora oferece diversas opções de fundos de investimentos, para que o investidor escolha aquele que mais atende às suas demandas. Os distribuidores dos fundos são, normalmente, bancos ou corretoras de valores.


Como os fundos de investimento lucram?

Além de conhecer os profissionais do fundo, é essencial entender a forma de remuneração dos fundos de investimentos. O fundo de investimentos busca sempre maximizar o resultado dos seus investidores. Afinal, desta forma, o fundo também estará lucrando mais.

Ele lucra principalmente através de 2 taxas:

  • Taxa de administração;
  • Taxa de performance.

A seguir, vamos compreender as distinções entre essas duas taxas.

Taxa de administração

A taxa de administração é uma porcentagem do capital aportado pelo investidor cobrada pelos fundos de investimentos. Essa taxa varia de fundo para fundo. É possível encontrar taxas de 0,2% até 4% aproximadamente.

Ao trazer bons resultados para os cotistas, o fundo atrai novos investidores. Com isso, pode obter mais recursos através da taxa de administração sobre um capital ainda maior.

Taxa de performance

Bom, a taxa de administração é cobrada sempre, independente se o resultado do fundo foi positivo ou negativo no período em questão.

No entanto, a taxa de performance só é cobrada caso o fundo obtenha um resultado maior que o “benchmark” do fundo. Esse benchmark pode ser a Selic, no caso dos fundos de renda fixa, ou o índice Bovespa, no caso da renda variável.

A taxa de performance é cobrada da seguinte forma: o investidor deve pagar x% sobre a remuneração adicional ao benchmark definido previamente.

Portanto, se em determinado período o índice Bovespa for 6% e um fundo que utilize esse índice como benchmark tenha tido a rentabilidade de 8%, os 2% adicionais estarão sujeitos a uma taxa de performance previamente acordada.

Como ser um gestor de fundos de investimentos?

Como é possível perceber, os profissionais dos fundos de investimentos possuem alta responsabilidade sobre a performance dos investidores detentores de cotas e, consequentemente, sobre o lucro do fundo.

Por isso, para trabalhar em fundos de investimentos, é necessário ser completamente capacitado e atualizado sobre o mercado. A depender da função exercida no fundo, é possível que nenhuma certificação específica seja exigida.

No entanto, para ser o gestor do fundo, por exemplo, para o mercado de capitais brasileiros, é preciso ter o CGA (Certificado de Gestores da ANBIMA).

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O CGA é uma certificação intensa e que demanda, pelo menos, um nível de educação superior por parte do profissional. Além disso, para ser gestor de fundo de investimentos, é preciso um elevado nível de experiência no mercado financeiro.

Se gerir uma carteira de investimentos privada não é uma tarefa tão simples, a gestão de um fundo é, sem dúvidas, de extrema responsabilidade e complexidade.

O que é tributação de fundos de investimento?

A tributação de fundos de investimento é o recolhimento de tributos a que todos os investidores de ativos suscetíveis são submetidos. 

Quem tem aplicações em fundos de investimentos tem, também, os custos com taxas de administração e custódia e, assim, pagam o IR (Imposto de Renda). O IR incide na rentabilidade e a alíquota dos fundos de investimento e segue uma tabela regressiva, conforme o prazo.

Por isso, quanto maior o prazo de aplicação, menor é a alíquota cobrada. Assim como a tributação para fundos de renda fixa de curto prazo e a tributação para fundo de renda fixa de longo prazo, a cobrança é feita de forma antecipada e semestralmente (exceto os fundos de ações). 

De maio a novembro, os fundos de renda fixa, multimercados e cambiais sofrem uma cobrança de forma antecipada do IR, chamada come-cotas. O valor que será cobrado depende de fundo para fundo, mas em regras gerais são:

  • Fundos de curto prazo – 20%
  • Fundos de longo prazo – 15%

E, já que é uma cobrança antecipada, quem investe pagará somente a diferença do valor a dever no futuro, quando fizer o resgate do investimento

Já os fundos de investimento em ações não têm a cobrança come-cotas, mas sim uma cobrança de alíquota única de 15% sobre o rendimento da ação. Essa porcentagem é descontada diretamente na fonte. 

E, por último, o IOF que é cobrado de acordo com a quantidade de dias que o dinheiro ficou aplicado, que pode ser de 96% a 0% sobre o total de rendimento do investimento.

Quais são as taxas dos fundos de investimentos? 

O investidor de fundos de investimentos também precisam pagar algumas taxas nas aplicações. As duas principais são a taxa de administração e a taxa de performance. 

A taxa de administração é a taxa cobrada nos fundos de investimento de renda fixa ou renda variável. Elas servem para remunerar os gestores do fundo e cobrir o financiamento da operação da aplicação. 

Quando os juros estão baixos, o investidor deve ficar atento para que a taxa não represente um desconto grande do rendimento e, assim, ele acabe perdendo para a taxa de inflação daquele período. 

No mundo dos investimentos, a avaliação é que essas taxas são coerentes nos casos de fundos com gestão ativa (quando o gestor faz a execução do trabalho com estratégias para obter rendimento).

Mas no caso dos fundos de gestão passiva, como a renda fixa aplicada em títulos do Tesouro, é consenso que as taxas deveriam ser menores já que não existe o trabalho estratégico do gestor. 

Já a taxa de performance também é cobrada nos fundos de investimento, mas com o foco maior nos de gestão ativa (como multimercados). Essa taxa funciona como uma forma de bonificar o gestor para conseguir atingir suas metas de rentabilidade.

Essas metas são definidas como percentuais acima de uma benchmark (um dos índices de referência). Mas, em regras gerais, o valor cobrado é um percentual de 20% sobre os rendimentos. 

Portanto, se você quer atuar em fundos de investimentos, busque alcançar as certificações financeiras demandadas e estar sempre se atualizando sobre o mercado de capitais.

 

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).