Intermediários financeiros: o que são e quais suas funções?

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O mercado de crédito pode ser um sonho ou um pesadelo dependendo da forma que se utiliza. Por isso, para facilitar as relações dentro desse espaço é que existe a atuação dos intermediários financeiros. Para fazer boas escolhas nesse mercado, primeiramente, é preciso entender o que é intermédio financeiro e para que ele serve.

Em resumo, os intermediários financeiros cumprem um papel importante na construção de atividades no Sistema Financeiro Nacional. Para saber mais sobre as mediações das transações financeiras, continue lendo o artigo!

O que são intermediários financeiros?

Como o nome sugere, os intermediários financeiros são os agentes que fazem a mediação de transações financeiras, transferindo dinheiro dos agentes superavitários (que passam a ser credores) para os agentes deficitários (que se tornam devedores).

Imagine alguém que não possui recursos financeiros disponíveis para conseguir abrir um negócio, por exemplo. Para conseguir tornar esse sonho em realidade, é preciso que haja captação de fundos.

Assim, uma das alternativas que surgem é solicitar a concessão de crédito junto a alguma instituição financeira. A instituição, por sua vez, pode fazer uma análise do seu perfil e se for indicado que você é um cliente que tem a possibilidade de arcar com os débitos, o crédito pode ser liberado para que você execute o desejo de abrir um negócio.

O que são agentes superavitários e deficitários?

Ao se analisar uma operação de crédito, pode surgir a dúvida: “como as instituições conseguem dinheiro para emprestar aos clientes?”.

No mercado existem várias formas de captação de recursos — mas inevitavelmente, esse processo se iniciará através de um agente superavitário.

Os agentes superavitários são pessoas, empresas ou qualquer instituição que tem dinheiro disponível e querem aumentar essa disponibilidade em um futuro. Dessa forma, emprestam dinheiro para a instituição com a capacidade de obter retorno devido aos juros cobrados.

Ou seja, os superavitários concedem ‘crédito’ para as instituições, e as instituições financeiras concedem crédito para as pessoas, que também podem ser chamadas de agentes deficitários.

Então, basicamente:

  • Agente superavitário: buscam gastar mais do que tem, mas possibilitam esse gasto para o futuro;
  • Agente deficitário: buscam gastar o que não tem e para isso, solicitam crédito, não se importando em pagar mais por isso no futuro;
  • Instituição financeira: responsável por fazer a intermediação financeira entre superavitário e deficitário.

Em alguns casos, os agentes de crédito também conseguem fazer essa intermediação. Esses profissionais além de, em geral, possuírem alguma certificação financeira, costumam atuar juntos a bancos ou cooperativas de crédito.

Quem são os intermediários financeiros?

Ao longo do texto foi possível entender o papel de um intermediário financeiro e como estas instituições conseguem impactar a economia de modo geral.

Dessa forma, é útil conhecer cada intermediador financeiro, sendo possível destacar, entre eles:

  • Banco comercial;
  • Banco de investimentos;
  • Cooperativas de crédito;
  • Sociedades de crédito imobiliário;
  • Financeiras;
  • Caixa Econômica;
  • Banco de investimento;
  • Corretora de valores.

Portanto, vale destacar separadamente cada um destes intermediários financeiros. 

Banco comercial

Entre os intermediários financeiros bancários, talvez o banco comercial seja o mais conhecido, sendo que os bancos múltiplos se encontram nesta categoria. 

Vale destacar que entre os serviços realizados por estas instituições financeiras, vale utilizar como exemplo a conta corrente, depósitos à vista, cobrança bancária, entre tantos outros. 

Por fim, a principal atividade do banco comercial é oferecer crédito de curto e médio prazo aos seus clientes.

Cooperativas de crédito;

Por sua vez, a cooperativa de crédito, também conhecida como cooperativa bancária, também é uma instituição financeira que trabalha com a captação de depósitos à vista e concessão de crédito, tanto para pessoa física quanto jurídica. 

Todavia, diferente dos bancos comerciais, a cooperativa de crédito destina seus serviços apenas para empresas cooperadas, isto é, com algum tipo de associação ao banco.

Normalmente este tipo de instituição financeira atua no setor rural.

Sociedades de crédito imobiliário;

Assim como o próprio nome indica, as sociedades de crédito imobiliário são exemplos de intermediários financeiros que possuem seu trabalho voltado para o setor imobiliário. 

Assim, o trabalho exclusivo deste tipo de empresa é ligado à concessão de crédito para o setor habitacional.

Para isto, estas empresas realizam a captação através do Crédito de Recebíveis Imobiliários (CRI), da Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e da caderneta de poupança.

Financeiras

Em suma, as financeiras são empresas que captam recursos através das Letras de Câmbio.

Através disto, a função dos intermediários deste tipo é financiar produtos que não possuem uma linha específica, como bens, serviços e capital de giro.

Caixa Econômica;

Tal qual os bancos comerciais, a Caixa Econômica pode atuar na forma de banco múltiplo. 

Ou seja, este tipo de instituição financeira realiza serviços como conta corrente, financiamento, empréstimos, entre outros.

Todavia, diferente dos bancos convencionais, esta empresa ainda possui funções sociais, como, por exemplo, o controle de programas do governo e a administração de recursos do FGTS.

Banco de investimento;

Enquanto, o banco de investimento é aquela empresa que capta depósitos à vista, desde que este não seja feito por cheque. 

Além disso, este tipo de empresa também pode realizar a captação à prazo, através das CDBs.

Em suma, a grande diferença do banco de investimento é que os recursos captados são voltados para realização de investimentos no mercado financeiro, buscando prover renda para seus clientes no médio e longo prazo.  

Corretora de valores.

Por fim, mas não menos relevante, estão as corretoras de valores.

O trabalho principal desta instituição financeira é realizar a intermediação entre investidor e a bolsa de valores. 

Ou seja, esta empresa atua realizando a intermediação de compra e vendas de ativos financeiros no mercado.

Dessa forma, as corretoras de valores se encontram entre os principais intermediários financeiros do SFN, impactando especialmente o mercado financeiro. 

Tipos de intermediações financeiras

Vale ressaltar que existem dois tipos principais de intermediação financeira dentro do Sistema Financeiro Nacional (SFN), são elas:

  • Direta: captação de recursos através dos depósitos de aplicadores nas instituições financeiras (CDBS, poupança e afins);
  • Indireta: captação de recursos através de investidores (debêntures, ações e afins).

Por que os intermediários financeiros são tão importantes?

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É comum que haja uma certa confusão sobre a real necessidade da presença de uma instituição financeira para construir a relação entre quem pode emprestar recursos, com quem quer obter recursos.

Poderia ser mais viável do ponto de vista financeiro, já que os juros seriam entregues diretamente para os superavitários. No entanto, não existiria uma situação muito segura.

Quando um agente deficitário busca uma instituição financeira, ele é submetido a uma série de questionamentos e avaliações que buscam fazer com que aquela concessão de crédito seja feita da maneira mais segura possível.

Por exemplo, avaliando o seu “nome na praça”, a capacidade de quitação do débito, quais são os recursos seguros que pode oferecer a quitação da dívida, etc.

Assim, uma das funções dos intermediários financeiros é trazer mais segurança para quem empresta o dinheiro. Dessa forma, não existe a necessidade de ficar “ligando para cobrar”.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).