É provável que você já tenha se deparado no noticiário com informações sobre a cotação do dólar, saldo da balança comercial, nível de desemprego ou estabilidade da moeda. Pois bem: toda vez que você leu ou ouviu algo sobre esses termos, o assunto era macroeconomia.
As análises sobre a macroeconomia são boas formas de se apresentar retratos da saúde financeira de um país ou região. É através de seus dados e indicadores que os governos tomam medidas econômicas e que traçam suas metas e apostas de investimento.
O que é macroeconomia?
Macroeconomia é o estudo da economia a partir de dados agregados e, ao mesmo tempo, de maneira mais ampla. Ela avalia o desempenho de diversos setores a partir da formação de índices. Estes, por sua vez, dizem respeito a aspectos como inflação, desemprego, distribuição de renda, valor da moeda, taxa de juros, entre outros.
O conceito passou a ser estudado de maneira mais aprofundada a partir da década de 1930.
Isso aconteceu em função da Grande Depressão, provocada após o crash da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929. Um dos principais estudiosos do tema foi o economista britânico John Maynard Keynes.
Keynes baseou suas teorias em estudos anteriores, que tratavam dos diferentes ciclos econômicos. Assim, ele aprofundou essas análises e provocou uma verdadeira revolução no pensamento econômico.
Suas teorias, batizadas de Keynesianismo, são aplicadas até hoje por muitos governos.
Os estudos macroeconômicos lidam com a estrutura, o desempenho, o comportamento e a tomada de decisão do conjunto da economia.
Dessa forma, é diferente da microeconomia, que baseia suas análises a partir do desempenho individual de cada agente.
As análises macroeconômicas visam alcançar algumas metas. Dentre elas, podemos destacar as seguintes:
- Aumento do nível de empregos;
- Estabilidade dos preços;
- Distribuição de renda;
- Crescimento da economia.
Principais índices macroeconômicos
Com efeito, a macroeconomia busca em especial guiar governos. Os dados são levantados por institutos reconhecidos. No Brasil, destaca-se o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A partir de índices e indicadores divulgados periodicamente, os gestores agem em questões como inflação, desemprego, taxa de juros e consumo, que afetam diretamente o Produto Interno Bruto (PIB).
Inflação
A inflação é a média calculada de aumento de preços de bens e serviços ao consumidor. A média é feita a partir dos preços de uma determinada “cesta de produtos”, que integram um determinado conjunto.
A inflação da cesta básica, por exemplo, é medida através da variação de preços de 13 alimentos.
Desemprego
A taxa de desemprego considera a quantidade de pessoas desempregadas em relação ao total da População Economicamente Ativa (PEA).
Esta, por sua vez, reúne pessoas que se enquadrem em faixa etária considerada apta a trabalho, sem levar em conta, contudo, se estão ocupadas ou não.
Taxa de juros
Basicamente, a taxa de juros é o preço do uso do dinheiro em um determinado período do tempo. Uma taxa alta, por exemplo, dificulta investimentos e afeta o consumo.
Consumo
Trata-se, em resumo, dos gastos das famílias. Esse índice é importante para gestores e investidores definirem seus investimentos futuros.
Balança comercial
Esse indicador considera o total de exportações e de importações feitas por um país em um determinado período.
Se a venda de produtos ao exterior for superior à compra, o saldo da balança será positivo, ou seja, superávit. Mas se as importações tiverem sido maiores, o saldo será negativo. Teremos, então, déficit.
PIB
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos por um país – ou, em menor escala, por estados e municípios – em um ano. Todos os países calculam seu PIB.
Diferença entre macroeconomia e microeconomia
Em síntese, a macroeconomia tem uma visão ampla das questões econômicas. Ela considera todos os agentes econômicos e os agrega no mercado nacional, seja como país, seja como determinada região.
Essa visão macro permite que se calcule o Produto Interno Bruto (PIB) e se faça análises sobre níveis de desemprego e inflação, por exemplo.
A partir daí, tomam-se medidas para tentar manter a estabilidade econômica, seja com a alteração nas taxas de juros ou políticas que visem distribuição de renda, entre outros.
A microeconomia, por sua vez, analisa a economia de maneira individual. Ela considera a ação dos agentes dentro de cada um dos mercados, portanto, de forma separada.
Os agentes são os consumidores, empresas, produtores, prestadores de serviço, etc.
A microeconomia estuda os consumidores, a cadeia produtiva, a atividade econômica e a formação dos preços. Dessa forma, ela também é definida como a Teoria dos Preços.
Como a macroeconomia influencia o mercado financeiro?
Com efeito, os indicadores macroeconômicos são fundamentais para o mercado financeiro.
É através deles que investidores avaliam se um país está em crescimento ou em recessão, por exemplo. Assim, isso serve de norte para a aplicação ou retirada de investimentos.
Ao mesmo tempo, estabilidade da moeda, políticas governamentais de ajustes econômicos e variação do PIB em séries históricas também são levados em conta na hora de se investir no mercado financeiro.
Além disso, informações como taxa de juros, índices de inflação e outros indicadores têm influência direta na renda que se obtém com os diversos tipos de investimentos financeiros.
Considerações finais
Muitas vezes, passamos batido por informações sobre a economia do país. A princípio, pode parecer que o tema não nos afeta diretamente, mas isso é um erro.
Todos nós somos afetados pelo que acontece na economia. Variações do preço do dólar interferem nas exportações. Queda nas vendas interferem no lucro. Diminuição do lucro interfere nos investimentos.
Falta de investimento atrapalha na oferta de emprego. Desemprego afeta o consumo. Queda nos investimentos e no poder de consumo tem impacto direto no Produto Interno Bruto de um país.
Países que apresentam queda no PIB por dois trimestres seguidos entram no que os economistas chamam de “recessão técnica”. E recessão costuma afastar investidores.
Todas essas análises são feitas a partir de indicadores econômicos. E a macroeconomia está aí para que possamos entender como tudo isso interage.