Rebalanceamento: a arma fundamental para alcançar maiores retornos no longo prazo

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A velha máxima de comprar na baixa e vender na alta muitas vezes não é seguida pelos investidores, principalmente os iniciantes. Dessa forma, o rebalanceamento da carteira é uma excelente forma de não cair nas armadilhas do mercado.

Assim, ao adotar como estratégia o rebalanceamento, o investidor consegue ter uma visão global de seus investimentos e tomar decisões mais assertivas no momento de comprar e vender seus ativos.

O que é rebalanceamento de carteira?

Quando o investidor apresenta uma porcentagem ideal, tanto para ativos quanto para classes de ativos, o rebalanceamento da carteira consiste em ajustar as proporções estabelecidas na estratégia de investimentos.

Dessa maneira, realizar o rebalanceamento da carteira de investimentos tem por princípio enquadrá-la, de tempos em tempos, ao objetivo do investidor.

Esse objetivo está intimamente relacionado ao perfil do investidor, uma vez que com ele é que os assessores e os investidores de forma individual compõem o portfólio, escolhendo os ativos e a proporção deles de acordo com o perfil de risco.

Dessa forma, a título de exemplo, com base em um perfil de investidor conservador, ao determinar que a carteira deve possuir 90% em renda fixa e 10% em renda variável, de tempos em tempos ele deverá retornar a esse percentual de alocação.

Isso ocorre, uma vez que em intervalos de tempo a carteira de ações pode render mais do que a renda fixa e corresponder a uma parcela maior do portfólio, desenquadrando o perfil.

Com isso, o investidor irá vender a parcela da renda variável e alocar em renda fixa, retornando ao cenário inicial de alocação da carteira de investimentos.

Como funciona o rebalanceamento de uma carteira de investimento?

Mesmo com o perfil de investidor respondido e aderente às características do investidor, determinar qual a quantidade ótima a ser alocada em ativos, classes de ativos e até mesmo países não é uma tarefa simples.

Assim, buscando alcançar a melhor relação de risco e retorno possível, a estratégia de rebalanceamento de carteira é utilizada por inúmeros investidores pelo mundo e, teve como um de seus precursores, Benjamin Graham.

De forma básica, o rebalanceamento deve levar em consideração:

  • O conhecimento do perfil de investidor;
  • A definição de um prazo para realizar a estratégia;
  • Mudanças nos objetivos de investimento.

Assim, a estratégia de rebalanceamento de carteira tem como foco realizar compras e vendas de ativos para que uma situação ideal de portfólio estabelecida seja respeitada.

Nesse sentido, a carteira sofre movimentações de tempos em tempos, os quais podem ser predeterminados ou ocorrerem de acordo com os cenários esperados pelos investidores para cada classe de ativo.

Apesar de muitos pensarem que ocorrerá uma movimentação excessiva na carteira, não será em qualquer alteração de 1 ou 2% que ocorrerá ao dia que a carteira será rebalanceada.

O foco dessa estratégia é exatamente deixar o investidor longe das variações diárias do mercado e definir um horizonte ideal de revisão da carteira, para que ele não fique refém de sentimentos no momento de operar.

Dessa maneira, o rebalanceamento de carteira apresenta aplicações tanto para os investidores que focam na análise fundamentalista das ações quanto para os que realizam sua alocação com base na análise gráfica.

Como rebalancear uma carteira de investimentos?

Antes de adentrar especificamente as formas de rebalanceamento de carteira, é primordial abrir um parêntese e entender que essa forma de rotação da carteira foi introduzida por Benjamin Graham, o pai do Value Investing.

Em seu livro “O investidor inteligente”, Graham dedica uma parte das contribuições a realocação dos ativos, tendo como um cenário base a carteira dividida 50% em cada classe de ativo.

Assim, a partir dessas contribuições e das constatações realizadas pelo autor, o rebalanceamento ganhou notoriedade e é utilizado por parcela preponderante dos investidores pessoa física e institucionais.

Importante salientar, que o processo de realocação dos ativos de uma carteira é simples, porém alguns investidores tendem a negligenciar o processo.

Assim, de acordo com a carteira elaborada a partir da análise do perfil de investidor, será comum se deparar com um ativo que apresentou rentabilidade positiva em um período.

Por esse motivo, ele passará a representar uma parcela maior da carteira, fugindo daquele definido pelo investidor no momento de montar seu portfólio.

Com isso, o investidor deverá vender uma parcela do ativo e alocar em outro que apresentou uma rentabilidade negativa, ou que simplesmente valorizou menos e no momento está com a participação aquém da definida.

Seguindo esse passo, o investidor pode ainda definir o período em que irá realizar o método de rebalanceamento de carteira, bem como definir porcentagem aceitável de movimentação da carteira.

Voltando às contribuições de Benjamin Graham, o autor estabelece como período para análise de rebalancear ou não a carteira um ano, uma vez que em períodos menores a movimentação poderia ser prejudicial à rentabilidade da carteira.

Portanto, o grande resultado alcançado pelos investidores que realizam estratégia de rebalanceamento de carteira é a mitigação do risco de seu portfólio.

Com qual frequência fazer rebalanceamento de carteira?

A frequência de alteração na carteira de investimentos não apresenta uma regra, mas é fundamental que o investidor define a periodicidade em que irá realizar essa metodologia.

Assim, apesar de não existir na literatura e até mesmo, na prática, uma definição de qual seria o prazo ideal, o que a maior parte dos investidores concorda é que o rebalanceamento deve ocorrer em períodos mais longos possíveis.

Isso ocorre, pois como é de se esperar de uma economia e, consequentemente dos resultados das empresas e das dinâmicas das políticas econômicas, ocorrem ciclos de mercado, os quais podem ser tanto de alta quanto de baixa.

Dessa maneira, é de se esperar que em alguns casos, por conta dos resultados trimestrais das empresas, a carteira de ações sofra alterações a cada três meses, entretanto, caso não ocorra nenhuma movimentação forte na alocação, o rebalanceamento de carteira não precisa ser realizado.

Por esse motivo, muito além da periodicidade em que o investidor irá aplicar o método de rebalanceamento de carteira, é primordial estabelecer um intervalo de variação em que a estratégia será implementada.

Quais são os benefícios que esse processo pode proporcionar?

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Agora que você já sabe como realizar o rebalanceamento e quais as métricas utilizar para que seja possível mitigar os riscos de seus investimentos, é essencial entender quais são os benefícios que essa metodologia apresenta.

Nesse sentido, o investidor que realiza o rebalanceamento de carteira estará exposto a:

  1. Aproveitar melhores oportunidades de mercado;
  2. Reduzir as chances de entrar em operações na hora errada;
  3. Irá comprar na baixa e vender na alta;
  4. Melhorar o seu balanço de riscos.

Salienta-se, que de todos os benefícios elencados acima, talvez o que mais agrega valor ao investidor é a ideia de comprar na baixa e vender na alta, que apesar de ser lógico, não ocorre com a maioria dos investidores.

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Assim, ao definir uma regra e colocá-la em prática, caso o investidor siga a sua estratégia de rebalanceamento de carteira, será impossível vender na alta e comprar na baixa, pois esse movimento vai contra o que a metodologia estabelece.

Portanto, definir uma metodologia e segui-la à risca acarretará melhores retornos ao investidor, bem como uma menor exposição a riscos desnecessários.

Vale a pena fazer o rebalanceamento?

Como o rebalanceamento deve ocorrer quando a estratégia inicial definida pelo investidor não estiver mais válida, a utilização da estratégia é essencial, uma vez que evita o investidor de perder oportunidades de compra e de venda.

Por esse motivo e, para manter a carteira aderente ao perfil de investidor, é primordial manter o portfólio equilibrado, uma vez que somente seguindo uma metodologia clara é que será possível obter retornos satisfatórios no longo prazo.

Por ser muito simples de fazer e, ainda, pelo mercado disponibilizar uma infinidade de ferramentas para auxiliar o investidor, o rebalanceamento de carteira não deve ser negligenciado.

Dessa maneira, para o investidor que deseja manter a sua estratégia de alocação, bem como os seus objetivos, realizar uma revisão da carteira de forma periódica é indispensável.

Assim, independente se o perfil do investidor é conservador, moderado ou arrojado, o rebalanceamento auxiliará na diversificação e na redução de riscos e exposições fora do seu perfil de risco.

Considerações Finais

Independente do seu nível de investidor ou do seu perfil de risco, conforme demonstramos no decorrer do artigo, o rebalanceamento é uma das estratégias mais fáceis e replicáveis que o investidor irá encontrar no mercado.

Dessa forma, para aqueles investidores que desejam se beneficiar de comprar bons ativos na baixa e vendê-los na alta do mercado, o primeiro e mais importante passo é estabelecer os parâmetros do rebalanceamento de seu portfólio.

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Com ele, o investidor poderá aproveitar as oportunidades que os ciclos do mercado disponibilizam de tempos em tempos, irá reduzir drasticamente a possibilidade de entrar em operações de elevado risco e baixo retorno e, além disso, possibilitará ao investidor fugir dos sentimentos do mercado.

Assim, agora que você já entende como fazer e qual é a importância do rebalanceamento, é hora de colocá-lo em prática e se beneficiar dos movimentos do mercado.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).