Stop loss: saiba mais sobre este tipo de estratégia

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Investir no mercado financeiro é uma alternativa interessante para quem busca a independência financeira, todavia o processo não é simples e, em determinados casos, pode causar prejuízo. Dessa forma, entender o stop loss é útil para os investidores.

Isso porque o stop loss é um recurso utilizado em corretoras que limitam os prejuízos causados pela desvalorização de ativos financeiros. Dessa forma, é natural que este tipo de prática faça parte da área buy side.

O que é stop loss

A ordem de stop loss é uma estratégia estabelecida entre corretora de investimentos e investidor que determina uma porcentagem máxima de prejuízo, isto é, qual o valor limite que uma ação pode ter abaixo do preço pago inicialmente naquele ativo financeiro.

Dessa forma, este se torna um recurso de emergência, que visa diminuir as perdas que já atingiram um nível considerável e a tendência é que não seja possível reverter tal cenário.

Ainda vale destacar que este é um mecanismo utilizado por investidores de grande porte, que buscam diminuir as perdas nas operações com volumes elevados que realizam.

Portanto, é útil conhecer como este tipo de ordem funciona.

Como funciona a operação

Não existe uma porcentagem de perda fixa para ocorrer o stop loss, isto é, o limite aceitável para as perdas é definido pelo investidor, sendo que este valor tende a variar de acordo com a aversão do mesmo aos riscos.

Por exemplo, é possível destacar três perfis de investidores que existem no mercado. São eles:

  1. Conservador;
  2. Moderado;
  3. Agressivo.

Portanto, a porcentagem do stop loss é diferente para cada um destes perfis.

O investidor conservador tem uma aversão maior com os riscos de mercado, assim é natural esperar que o limite de prejuízo aceitável seja baixo.

Enquanto, o investidor conservador consegue ter uma aceitação maior aos riscos do mercado.

Todavia, não ao ponto de aceitar perdas tão elevadas, assim o limite de prejuízo é maior se comparado ao perfil de investidor citado anteriormente, porém não é dos mais elevados.

Por fim, o investidor agressivo, como a própria determinação indica, define o indivíduo que tem boa aceitação aos riscos do mercado.

Portanto, a porcentagem do stop loss em casos assim tendem a ser altas, isto é, este tipo de investidor é propenso a enfrentar as oscilações do mercado e os prejuízos causados pela mesma.

Exemplo da operação

Deixando mais claro este contexto, imagine o exemplo em que o investidor compra um lote de ações de determinada empresa, sendo que a cada título é negociado por R$50.

Contudo, um movimento do mercado fez com que as ações daquela empresa tivessem queda de 5%.

Ou seja, cada ação da empresa passou a valer R$45.

O processo de queda no valor dos ativos financeiros daquela empresa seguiu, sendo que poucos dias depois as ações do negócio estavam sendo negociadas por R$40, valor 10% mais baixo do que o investidor adquiriu.

Contudo, este mesmo investidor definiu a porcentagem de stop loss em 5%.

Dessa forma, após a primeira queda, as ações foram vendidas automaticamente.

Portanto, este investidor, mesmo se não tivesse acompanhando o mercado, não sofreria os prejuízos causados pela segunda queda no valor das ações.

Vantagens do stop loss

Como visto até aqui, o stop loss é uma ferramenta útil na gestão de riscos financeiros relacionados aos investimentos.

Dessa forma, é importante entender as vantagens do stop loss, sendo que entre estas, é possível destacar, por exemplo:

  • Caso o investidor não esteja disponível em momentos de queda no valor de uma ação, a operação de stop loss é acionada;
  • Diminui a pressão sobre investidores com perfil de maior aversão aos prejuízos na bolsa de valores;
  • Automatização da operação de venda de ativos, fazendo com que a operação ocorra de modo mais rápido e sem o esforço do investidor.

Contudo, é útil destacar que este tipo de operação ocorre em investimentos de renda variável, em que as oscilações de valor, especialmente no curto prazo, são mais constantes.

Assim, é importante que o investidor tenha em sua estratégia de investimentos esta consideração.

Afinal, no longo prazo, aquele ativo pode se valorizar e o investidor que utilizou do recurso de stop loss perderá tal oportunidade.
Portanto, é importante ponderar se as oscilações no valor de uma ação são “naturais” ou se aquele movimento de queda é definitivo, isto é, a tendência é que o preço da ação entre um movimento de baixa constante.

Stop loss, stop gain e stop móvel

Tão importante como entender o conceito de stop é compreender como funcionam operações que seguem lógicas semelhantes.

O que não é à toa, visto que recursos de automatização das operações da bolsa de valores podem ser de grande auxílio aos investidores, especialmente entre aqueles que focam sua atuação em produtos de renda variável.

Afinal, este tipo de ferramenta possibilita ao investidor reverter cenários indesejados para ele, ainda que o mesmo não esteja operando no mercado naquele momento.

Assim, é útil destacar a existência de três tipos de operações. São elas:

  • Loss;
  • Gain;
  • Móvel.

Como a stop loss foi apresentada até aqui, o foco será na introdução sobre como funcionam as outras duas operações.

Stop Gain

O stop gain tem um funcionamento semelhante ao stop loss, todavia com a proposta sendo completamente diferente.

Isto porque este recurso é ativado em um momento de alta da ação, isto é, quando o ativo financeiro está valorizado, esta ferramenta é ativada, vendendo assim as ações que o investidor possui.

Em suma, esta tática é utilizada, principalmente, por investidores que acreditam que determinada ação tem um teto de valorização.

Dessa forma, utilizam o stop gain para vender os ativos financeiros em alta.

Stop Móvel

Enquanto, o stop móvel tem uma estrutura mais maleável se comparado aos outros dois processos.

Ou seja, este tipo de operação funciona juntamente com a posição do mercado.

Dessa forma, a porcentagem que define o stop móvel se altera de acordo com os movimentos da bolsa de valores.

Processo diferente do que ocorre no stop gain, em que a porcentagem é determinada por uma alta específica.

Além disso, também se distingue do stop loss, definido pela baixa específica de determinado ativo, sendo este um recurso útil no gerenciamento de riscos de investimentos.

 

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).