Em um mundo globalizado, entender o funcionamento da economia internacional é fundamental para população em geral e, em especial, para aqueles que possuem alguma ligação com o mercado financeiro, afinal pequenas variações podem surtir grande efeito nas vidas e nos investimentos das pessoas. E, dentre os conhecimentos para se ter neste sentido, o funcionamento da taxa de câmbio está entre os principais.
Isso porque a taxa de câmbio tem grande influência no valor das moedas nacionais, assim sua compreensão se torna relevante para todos aqueles que possuem investimentos. Não à toa, este tema está presente em diversos exames de certificação do mercado financeiro, como o Chartered Alternative Investiment Analyst (CAIA), por exemplo.
O que é a taxa de câmbio
Em suma, a taxa de câmbio é o preço que uma moeda estrangeira tem quando baseada pela moeda nacional, isso é, o preço que uma moeda internacional como, por exemplo, o dólar norte-americano, possui a partir do momento que é convertido para o real.
Ou seja, o valor da taxa de câmbio representa o custo que uma moeda possui quando comparada a outra.
Ainda vale ressaltar que mesmo representando todas as moedas existentes, o dólar norte-americano é utilizado como referência, sendo usado em situações como:
- Comércio entre nações;
- Transações do mercado financeiro;
- Turismo.
Dessa forma, é importante o entendimento sobre como se elabora a taxa de câmbio.
Como é realizado a elaboração da taxa cambial
Como a taxa de câmbio de uma moeda para outra pode sofrer alterações por diversos fatores ligados a macroeconomia, não há apenas uma forma de elaboração deste valor.
Entre os principais motivos para isto ocorrer está a demanda existente pela moeda.
Por exemplo, um dos motivos para o dólar norte-americano estar entre as moedas mais valorizadas do planeta é a oferta que existe por ele, sendo utilizada na transação comercial de diferentes países, como citado anteriormente.
Outros pontos que influenciam diretamente no valor de uma moeda são as situações econômicas e políticas vividas pelo país, sendo que em períodos de instabilidade a tendência é que a moeda perca valor.
Também há outro fator na hora de definição do valor da taxa de câmbio, que no caso é o regime cambial.
No caso do Brasil, este pose ser dividido em três partes. São elas:
- Fixo;
- Flutuante;
- Atrelado.
Assim, é necessário que se especifique como é o funcionamento de cada um destes regimes.
Fixo
No regime da taxa de câmbio fixa o valor da moeda internacional é fixo, isso é, o governo garante o valor desta forma de taxa cambial, no caso, é definido por uma autoridade financeira nacional.
Ou seja, no Brasil o Banco Central do Brasil é que é responsável por está tarefa.
Este regime só é possível caso o país possua uma reserva internacional elevada, este valor possibilitará a cobertura da entrada e saída de moedas da nação.
Normalmente, esta prática é utilizada como uma forma de estabilizar o valor da moeda nacional.
Ou seja, através da estabilidade é possível controlar a inflação e prevenir o risco cambial.
Contudo, caso o Estado não possua reservas internacionais suficientes para executar este movimento, corre risco de causar um desequilíbrio na balança de pagamentos do país.
Flutuante
Enquanto na taxa cambial existe o controle do governo, no caso da taxa de câmbio flutuante ocorre o oposto, sendo que praticamente não há intervenção do Estado.
Assim, a lei de oferta e demanda é o que determina a variação que ocorre na taxa de câmbio.
Portanto, é natural que no regime cambial flutuante as variações deste valor sejam maiores e mais constantes.
Vale ressaltar que esta categoria é mais interessante para países com economias e moedas estabilizadas.
Dassa forma, o câmbio flutuante é aderido por países que possuem moedas que são negociadas em grandes volumes, como o dólar norte-americano, libra, euro, iene, entre outras.
Todavia, vale ressaltar que há situações que o Estado interfere, no caso, quando há uma grande queda da moeda nacional, medida que no Brasil é tomada pelo Banco Centra e é conhecida como “flutuação suja”.
Atrelado
Por fim, há a taxa cambial atrelada, que, em suma mistura conceitos da taxa câmbio fixo e flutuante.
Isso ocorre porque a taxa cambial varia no período de um dia, todavia isto ocorre dentro de uma faixa pré-determinadas pelo Estado.
Assim, mesmo com oscilações no valor da moeda, o governo consegue manter em controle para que o valor não oscile além do que é “considerado” saudável financeiramente.
Este regime cambial é realizado pelo Banco Central no Brasil, sendo que a instituição trabalha com o foco para que está linha de oscilação seja mantida.
Contudo, para isso ocorrer é necessário que haja uma reserva internacional volumosa, sendo que através deste montante é possível manter a variação cambial no esperado previamente.
Assim como no regime fixo, esta é a grande desvantagem deste tipo de política, afinal, dependendo contexto é necessário gastar boa parte da reserva para que o limite de variação seja mantido.
Tipos de taxa de câmbio
Além da elaboração da taxa cambial, é relevante entender os tipos de taxas de câmbio existentes, isso é, como é elaborado o preço delas.
Vale ressaltar que existem as seguintes formas para isto acontecer:
- Nominal;
- Real;
- Real Efetiva.
Inicialmente vale apresentar o que é a taxa de câmbio nominal, cujo entendimento é o mais “simples”.
Afinal, a taxa de câmbio nominal nada mais é do que a diferença de valor entre de moeda para outra.
Já a taxa de câmbio real é mais complexa, isso porque o valor da moeda leva em consideração fatores da economia do país, isso é, seu valor é corrigido com base na inflação interna e externa da nação.
Por fim, há a taxa cambial real efetiva, neste caso para a construção do valor da moeda é considerado acordos comerciais realizados entre países.
Portanto, caberá a quem trabalha com investimentos entender os tipos e formações da taxa de câmbio. Para isto, ele deve estar atento a fatores que vão desde a construção de indicadores macroeconômicos, até o momento político vivido pelos países.