Teoria de Dow: saiba tudo sobre este método histórico

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Teoria de Dow: Saiba Tudo Sobre Este Método Histórico

Ao longo da história, as novas tecnologias sempre interferiram nos modos de análises no mercado financeiro. Hoje, ferramentas possibilitadas pelo avanço da internet se tornaram parte da rotina de quem atua na área. Ainda assim, existem métodos históricos que perduraram ao longo do tempo, como a Teoria de Dow.

Utilizada há mais de um século, a Teoria de Dow é uma ferramenta utilizada para analisar as variações de uma ação, de modo que o grande objetivo desta métrica é entender os movimentos futuros em relação ao valor daquele negócio. Não à toa, o trader é um dos profissionais do mercado financeiro que mais se utiliza deste método.

O que é a Teoria de Dow

Criada por Charles Henry Dow, a Teoria de Dow, ou chartismo, é um fundamento gráfico cujo objetivo é avaliar as tendências do mercado e através dessas informações buscar entender como o valor das ações se alterará ao longo do tempo. Para isso ser possível,  este método considera fatores do passado.

Ou seja, através de uma análise histórica, o chartismo busca traçar as tendências de oscilação no valor de uma ação, sendo que através de seu resultado é possível analisar bons investimentos.

Para isso, a Teoria de Dow leva em consideração três fatores passados, são eles:

  1. Volume dos títulos negociados no momento da análise;
  2. Histórico de preço das ações;
  3. Padrões gráficos.

Todavia, antes de se aprofundar em seu funcionamento, cabe fazer uma contextualização sobre sua criação.

História da Teoria de Dow

A Teoria de Dow foi criada no Charles Dow, jornalista fundador da Dow Jones & Company e responsável pela criação do índice Dow Jones, no ano de 1896.

O chartimo foi criado após anos pesquisas de Charles, que buscava entender como os movimentos do mercado se repetiam, de forma que se movimentassem como um ciclo.

Ou seja, através de seu método seria possível antever movimentos do mercado, possibilitando assim encontrar bons negócios.

Dessa forma, Charles criou um método de grande valia para aqueles que especulam no mercado financeiro, sendo que são avaliados questões como ações individuais, agrupamento de ações e indicadores de mercado em sua construção.

Todavia, o jornalista faleceu antes da conclusão de seu método, cabendo aos seus filhos concluir e publicar o trabalho o posteriormente.

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Fundamentos utilizados na Teoria de Dow

TEORIA DE DOW: saiba tudo sobre este método histórico

Inicialmente, vale ressaltar que o chartismo tem fundamentos diferentes de uma análise fundamentalista, especialmente porque visa o entendimento do mercado, não das empresas.

Assim, é natural que essa métrica seja muito utilizada por aqueles investidores que buscam rendimentos no curto prazo, ainda que também tenha utilidade em análise de investimentos voltados para o longo prazo.

Para isso, entender os seis fundamentos analisados na construção da Teoria de Dow é importante. No caso, são:

  • Índices descontam tudo;
  • Mercado apresenta três tendências;
  • Tendências primárias possuem três fases;
  • Médias e índices devem se confirmar mutuamente;
  • Tendência se confirma por volume;
  • Tendência se apresenta quando não há reversão.

Índices descontam tudo

O primeiro fundamento aponta que os índices de avaliação do mercado, como o Ibovespa, já apontam a realidade do mercado.

Ou seja, caso o mercado tenha eficiência, isso será refletido automaticamente no valor das ações que são negociadas.

Assim, análises feitas em paralelo com o mercado perdem sua eficiência, afinal o mercado definirá a precificação de um título.

Mercado apresenta três tendências

Talvez esse seja o ponto de maior impacto do chartismo, isso porque através da análise gráfica esse método defende a possibilidade de encontrar tendências de movimento no mercado. Às três tendências são:

  1. Primária;
  2. Secundária;
  3. Terciária.

Primária

Inicialmente, essa métrica análise que a formação de topos e fundos ocorre de duas formas, sendo ascendestes para momentos de alta e descendentes em momentos de baixa.

Dessa forma, o gráfico faz correções em forma de zigue-zague, visando buscar a tendência desses movimentos.

Ainda vale ressaltar que a tendência primária é utilizada para análises de longo prazo.

Secundária

A tendência secundária é análise de movimentos menores que ocorrem na tendência primeira, sendo possível perceber os movimentos de mercado dentro de um espaço de tempo menor, geralmente por meses e semanas.

Terciária

Enquanto a tendência terciária é a amostragem dessas oscilações em um espaço de tempo de dias e, no máximo, semanas.

Vale ressaltar que essa última é muito utilizada por investidores que priorizam seus ganhos no curto prazo.

Tendências primárias possuem três fases

A tendência primária da Teoria de Dow apresenta três fases, sendo elas:

  1. Acumulação;
  2. Participação pública;
  3. Distribuição.

Na fase da acumulação é o momento em que o ativo apresenta melhor oportunidade, isso porque é o momento em que o mercado já se adaptou as oscilações negativas do negócio, portanto a expectativa é de alta.

Enquanto, a segunda fase, ou fase de participação pública, é o momento em que investidores que utilizam o chartismo compram ações, assim é natural que o negócio se valorize.

Por fim, a fase de distribuição é quando o volume de alta da ação aumenta de forma expressiva, ao ponto daquele movimento se tornar parte do noticiário da área.

Portanto, é nesta fase que os investidores conseguem lucrar com seus investimentos.

Médias e índices devem se confirmar mutuamente

Nesse fundamento é considerado que para os índices do mercado se movimentam de forma mútua, isso é, tanto em movimentos de alta, quanto de queda, é natural que os índices do mercado, como o Ibovespa, se portem de maneira semelhante.

Portanto, mesmo os índices diferindo, as suas variações serão semelhantes por sua dependência se por fatores iguais.

Tendência se confirma por volume

A Teoria de Dow também fundamenta que para uma tendência se confirmar, é necessário um volume para confirma isso.

Ou seja, as mudanças de mercado só aconteceriam caso aliadas há um aumento de volume financeiro, caso isso não se comprove, a tendência segue a anterior.

Dessa forma, Dow definiu este volume como volume convergente.

Tendência se apresenta quando não há reversão

O último fundamento do chartismo defende que quando não há projeção de reversão do mercado, a tendência se confirma.

Portanto, o investidor ou profissional deve avaliar as projeções de reversão do mercado, sendo que isso é possível através de outros indicadores utilizados na construção de uma análise técnica, ou seja, através de padrões gráficos.

Certificação para ser um analista técnico de investimentos

Dentro do mercado financeiro há profissionais que utilizam da Teoria de Dow para realizar análises e recomendações de investimentos. A profissão mais conhecida por isso é a de analista de investimentos.

Para ser um analista de investimentos e atuar fazendo análises, é preciso ter, obrigatoriamente — de acordo com a ICVM 483/2010 — a certificação CNPI, oferecida pela APIMEC.

Para o profissional que seja focar no método de Dow para as suas análises, a categoria recomendada é a CNPI-T. No exame de certificação desta categoria, obrigatório para ter a certificação, são cobrados:

  1. Conteúdo Global 1 (CG1)
  2. Conteúdo Técnico 1 (CT1)

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Por fim, vale reforçar que através da Teoria de Dow, tanto investidor quanto profissional do mercado financeiro, como o analista de investimentos, que fundamentem sua atuação na análise técnica, dependem deste método histórico para realizar a administração financeira de seus investimentos.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).